Caro leitor e cara leitora, como você está?
Hoje venho falar sobre um tema que vem me assustando muito ultimamente, visto que mais de 40% da população brasileira sofre com esse problema. Então, me responda, quanto tempo faz que você não checa as suas taxas de colesterol?
Como Médica Endocrinologista, não posso deixar de te alertar sobre isso, pois percebo que cada vez mais está crescendo os números de infartos e AVC. E isso tudo, porque esse problema age muito silenciosamente, os sintomas são muito baixos e quando tendem a surgir, isso significa que a situação já está muito grave.
Então, é importante que você saiba primeiro quais são os tipos de colesterol e como você pode controlá-lo.
Colesterol LDL
O LDL é conhecido como o Colesterol “Ruim”, ele é uma lipoproteína de baixa densidade, pode se acumular nas artérias e coronárias podendo levar a formação de placas aterosclerose que dificultam o fluxo sanguíneo para órgãos essenciais como o coração e cérebro, aumentando assim, o risco de infarto e acidente vascular cerebral (AVC).
Os valores de referência para LDL são:
- Indivíduos com risco baixo: abaixo de 130 mg/dl
- Indivíduos com risco intermediário: abaixo de 100 mg/dl
- Indivíduos com risco alto: abaixo de 70 mg/dl
- Indivíduos com risco muito alto: abaixo de 50 mg/dl
Colesterol HDL
Já o HDL, conhecido como o Colesterol “Bom”, também é uma lipoproteína, só que de alta densidade, que retira o colesterol das artérias e transporta até o fígado para ser excretado. O colesterol HDL de acordo com especialistas, age como um limpador, levando o colesterol LDL “ruim” para longe das artérias e de volta para o fígado, onde lá é quebrado e passado pelo corpo. Um nível saudável de colesterol HDL pode proteger contra ataques cardíacos e AVCs. E o HDL não elimina completamente o LDL.
Os valores de referência do HDL são:
- Baixo: menor que 40 mg/dl para homens e mulheres
- Ideal: acima de 40 mg/dl
Colesterol VLDL
O VLDL são uma lipoproteína de baixíssima densidade e a sua principal função é de entregar colesterol e triglicérides para os outros tecidos a partir do fígado. Quando isso ocorre, ele é liberado pelo fígado e as partículas de VLDL sofrem uma série de transformações na corrente sanguínea, liberando triglicérides para serem estocadas no tecido adiposo ou utilizado como fonte de energia. A molécula remanescente vai dar origem a lipoproteína seguinte, o LDL.
Os valores de referência do VLDL são:
- Alto: acima de 40 mg/dl
- Baixo: abaixo de 30 mg/dlIdeal: até 30 mg/dl.
Colesterol Total
Você sabia que o aumento dos níveis de colesterol é chamado de dislipidemia? Durante muito tempo, os especialistas avaliaram o grau de dislipidemia através dos valores do colesterol total, que nada mais é do que a soma dos níveis sanguíneos do HDL, LDL e VLDL. Vale salientar que, existem o colesterol ruim e o colesterol bom, o que torna pouco eficiente a avaliação conjunta deles.
Lembre-se, ter colesterol alto não é algo que provoca sintomas no corpo (mesmo quando as taxas estão elevadíssimas) ela age muito silenciosamente. Porém, sintomas como: dor no peito, falta de ar e palpitações podem estar associados a uma doença causada pelo aumento dos níveis de colesterol com agnina pectoris ou mesmo infarto agudo do miocárdio.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, o diagnóstico para colesterol alto é feito a partir dos níveis de colesterol no sangue:
- Pacientes de alto risco: LDL abaixo de 70mg/dL
- Pacientes de risco intermediário: LDL abaixo de 100 mg/dL
- Pacientes com baixo risco devem ter seus limites de colesterol individualizados pelo médico.
São condições de alto risco:
- Doença aterosclerótica arterial coronária, cerebrovascular ou obstrutiva periférica, com manifestações clínicas (eventos CV).
- Aterosclerose na forma subclínica, significativa, documentada por metodologia diagnóstica.
- Procedimentos de revascularização arterial.
- Diabetes tipo 1 e diabetes tipo 2.
- Doença renal crônica.
- Hipercolesterolemia familiar (HF).
Os que são considerados como “baixo risco” são os que apresentam probabilidade menor que 5% dos principais eventos cardiovasculares (doença arterial coronariana, AVC, doença arterial obstrutiva periférica ou insuficiência cardíaca) em 10 anos.
E como você pode tratar ou abaixar o colesterol?
Bom, o primeiro passo para isso é mudar o estilo de vida, acrescentar atividades físicas na sua rotina e ter uma alimentação mais saudável, longe de alimentos industrializados e processados.
Aposte em uma dieta rica em gorduras insaturadas, prefira alimentos de origem vegetal, frutas, verduras, legumes e grãos. Algo que pode ajudar mais ainda, é a suplementação com Ômega-3, pois eleva os níveis do colesterol bom o que consequentemente diminui os níveis de colesterol ruim. Opte por suplementos que tenham alta concentração de EPA e DHA para ter maior absorção dos benefícios do Ômega.
É importante que você saiba quais são os tipos de colesterol pra poder identificar caso haja alguma alteração na sua saúde. Para testar seu colesterol, você pode solicitar junto com seu médico um exame de sangue, mais específico como “Perfil Lipídico”
Não deixe que algo grave aconteça com você, faça a testagem com seu médico e veja como estão suas taxas de colesterol.
Fico a disposição para qualquer dúvida, espero ter ajudado a alertar você contra esse mal silencioso que está consumindo a nossa população.
Um abração e até a próxima.